Esperança
Está um tempo de cavar minhocas
como nas tardes primaveris
de adolescente procurando a pescaria,
revolvendo a terra húmida e pura,
sonhando o peixe enganado, guloso
pelo engodo rico nas águas a boiar.
A esperança sempre avivou o olhar
e incendiou o pensamento.
A minhoca mais gorda e viva
a desafiar o peixe cobiçado,
o mais bonito nas águas límpidas,
aquele que se mistura no sonho
a que não se sabe o momento.
A esperança que o sonho alumia,
a minhoca que já é peixe,
as mãos a procuram cavando
a terra húmida.
Sinal de quem acredita
e vive o momento que há de vir.
Sines, 23 de março
de 2020
José – António
Chocolate
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