Os restos do tempo
são o próprio tempo.
Como estes restos que sobre
o prato sobram.
Momentos entre momentos,
apenas a duração
dum tempo que nos consome.
O alívio de um tempo vivido,
satisfação de o contarmos
na escala dos dias.
No convívio desta mesa,
toda feita minha companheira,
pouso o braço que escreve
a esperança de outros restos
deixar sobre o prato.
Sinal de serenidade sentida
de quem esqueceu o momento exato
e lembra de facto
um louvor à vida.
Sines,17 de março
de 2020
José-António
Chocolate
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