Minúsculo
ser vivo, leve como pó,
Espalhou-se
pelo Mundo, deixando-o mais só.
Com
a forma de coroa e a força letal,
Vai
impondo ao Homem seu poder mortal.
E
por causa dele tudo é diferente,
A
normalidade mudou de repente.
Vivemos
trancados, presos em clausura,
Sós,
preocupados, com medo e amargura.
Os
dias, as horas, escoam gota a gota,
Se
é Sexta ou Domingo, quase não se nota,
Olhar
para o futuro é ideia vã,
E
já não se fazem planos p’rá manhã,
Andamos
na rua como os mascarados,
Fugindo
dos outros, p’ra não ser tocados.
A
palavra morte tornou-se banal,
E
contam-se os óbitos no telejornal,
Enquanto
se almoça, se janta, se come,
Apenas
são números, já não tem nome.
E
há pensamentos, dúvidas que consomem,
P’ra
ter tal castigo, que mal fez o Homem!
2
Mas
antes do fim eu quero VIVER,
Tenho
que ter Fé na palavra “querer”.
Quero
ver pessoas passarem na rua,
Em
vez da cidade deserta, tão nua.
Quero
ver mulheres, homens e crianças,
Olhá-los
sorrindo, sem desconfianças.
Quero
ver famílias, amigos, afectos,
Poder
conversar serenos, directos
Apertar
a filha, dentro dos meus braços,
Cobrir
minha neta, de beijos e abraços.
Quero
ter a vida que dantes vivia,
Era
tão feliz, só não o sabia.
Quero
ter a força, fé e confiança,
Que
ao seguir o mal, desponta a bonança.
E
quero esperar a cada momento,
Que
haja uma vacina, um medicamento,
Que
seja eficaz, que esperança nos trague,
Que
haja uma cura, que faça um milagre.
Confiar
nos homens, mas olhar os céus,
À
espera que lá, inda haja um DEUS,
Que
nos traga a paz, que nos dê saúde,
Por
isso hoje eu rezo “que Deus nos ajude”
20.04.20
Maria Luisa
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