Às vezes, não sei se sinto
Ou se é
apenas o querer sentir
Que me
traz o Natal
Em
forma de luz profunda
Ou de
abraço apertado
Dos
que desejamos perto de nós
Às vezes, é tanta a dor da ausência
Que
nos transmuda em nós pontiagudos
E nos
deixa prostrados de medo
Do que
não logramos compreender
Às vezes, eu queria ser uma grinalda colorida
Uma Árvore
de Natal construída passo a passo
Na
lentidão com que o amor acontece
Às vezes, só consigo ser a cadeira vazia à mesa
Da
consoada
O eco
dos que já não se vêem junto a nós
E estão ali
eternamente presos nos risos e nas palavras
Que
partilhamos
Nas
vozes de todos os Natais que vivemos
Às vezes, eu fico trémula como uma lâmpada com defeito
Numa
cadeia de luzes em redor de um presépio perfeito
E só
assumo a minha realidade
Como
um personagem vagamente concebido
Para
ser gente num conto alusivo à Quadra Natalícia
Ana
Wiesenberger
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