P o e t a
Poeta não é quem
quer
Juntar palavras
à toa;
Não o é até sequer
Quem ideias
amontoa.
Do poeta e
poesia,
Fica a arte no
papel;
Hoje, talhada a
cinzel,
Amanhã, já
sinfonia . . .
A linguagem poética
Simula ser bem
difícil;
Reticente e bem
cosmética,
Livre e simples
como um til.
Poesia, é com
bazófia,
Ignorada, com
enfado;
E trocada p'la farófia,
Com gesto dissimulado.
No comércio livreiro,
Sonega-se a
poesia;
Tosco ardil de
merceeiro,
Pois não é
mercadoria. . .
Poeta, à arte
convida,
E é também
liberdade. . .
Uma a uma bem
sentida,
Para que seja
verdade.
Com raízes nas
vivências,
De modo bem
singular;
Atira até
reticências,
À linguagem
vulgar.
Não
é ser extraterrestre,
Nem dos astrais inerentes:
Jamais Poeta é o
mestre,
De absurdas e tolas
mentes.
Poeta vive o que
escreve,
Com palavras de
esperança;
Brancas, brancas
como a neve,
Tão puras como
criança. . .
A linguagem
poética,
É suave,
subjectiva;
Vem sempre com
muita ética,
A Arte e
sentidos criva. . .
Baixa de Palmela, 21 de Março de
2016
“elmano”