segunda-feira, 27 de abril de 2020

Diário de um tempo estranho (23/04/2020)


Novos Tempos deste tempo

Para que sejamos nós próprios,
Em tempo tão estranho, este tempo dos tempos
Vou tentar apaziguar toda a torrente de sensações
Em força do vento vindo do Universo como centro
Para em fervor nos questionar e apaziguar com reflexões.
Palavras sobre um vírus desconhecido vieram de longe
Em sobressalto num tempo cada vez menos distante
Agonizaram seres que não tiveram tempo para a fuga
Dando a outros a estranha sensação de transmitir a culpa.

Para que sejamos Humanidade,
De forma cerimoniosa nos afastámos e a medo nos escondemos
O nosso temor se confirmou e surgiu em forma de pandemia
Confinamento e distância social se exigiu no próprio amor
E se pensou na Alegoria da Caverna com medo do próprio dia.
Cidades vazias em casas plenas de informação em suspenso
Com preces e ajuda dos profissionais de saúde em fixação
Com a ironia de estar a Humanidade num ecrã como argumento
De um tempo que nos questiona se é realidade ou ficção.

Para que façamos parte dos nossos,
Transformámos a dedicação e o amor na utilidade da união
Entendemos o torpor, avanços e recuos para a comunidade
Filhos e netos ajudaram pais e avós sem estigma de obrigação
Das varandas e vias digitais inventámos actos de solidariedade.




Em testes de matemática e ciência com silêncio em abundância
Tacteámos novos gestos para vidas carentes de abraços
Cantámos, escrevemos, dissemos, gritámos ecos de esperança
A fim de não esquecer que em Primavera continuamos nossos passos.

                                                                            Isabel Melo
                                                                               23/4/2020

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