segunda-feira, 18 de maio de 2020

Diário de um tempo estranho (03/05/2020)


MINHA MÃE, DESTES TEMPOS

Que tempos estes tão indecifráveis
Querida Mãe
Tempos de incerteza e incredulidade
Quem diria que dois meses intermináveis
Não são um tempo, são uma eternidade.

O teu amor ultrapassa-te
Queres mostrar que é bom estares só,
Com receio da nossa preocupação
E afim de não inspirares dó,
Isso és tu e o teu amor tão só.

Essa é a tua grandeza
Mostrar que tens toda a precaução
No teu regaço de mãe, todo o amor
Essa é a tua, a nossa única certeza.

Ambas temos esperança
Mas ambas temos receio
Não por mim, mas por ti
E tu não por ti, mas por mim,
Dizemos ser passageiro
Ambas fingimos que somos fortes.

Que tempos são estes, Mãe
Em que tenho medo de ter receio de te abraçar,
Se um abraço é o mais simples de tudo,
De tudo em que queremos ficar.

Mas é bom saberes, Mãe
Que tens muitos filhos e netos anónimos
Que se preocupam com os mais velhos,
Nossas raízes que não podem paralisar
 principalmente em tempo de pandemia
Nossos alicerces são os únicos e todos
Que não podemos deixar fragilizar.

Acima de tudo, querida Mãe
Nestes tempos breves de amor perene
É também para a Virgem Mãe,
A nossa fé e esperança em forma de prece!

                                        3/05/2020
                                        Isabel Melo





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